terça-feira, 20 de setembro de 2011

3 – Urbanização e modernização da comunicação


Atualmente, a comunicação está associada ao aumento da urbanização, e vivemos uma revolução tecnológica na mídia.

3.1 – Urbanização e evolução dos meios de comunicação

   O processo de urbanização marca não só o adensamento, a concentração da população e das atividades industriais, comerciais e de serviços, mas também a expansão das estruturas de comunicação em grandes distâncias.

    Os meios de comunicação hoje funcionam em redes, o que significa que há diversos pontos que funcionam de maneira interligada, por uma infraestrutura compartilhada.
A comunicação em rede traz a novidade de ser simultânea e interdependente entre os elementos, ou seja, a comunicação torna-se imediata, e um ponto só existe se estiver interligado a outro.
    
   As comunicações simultâneas alteram a noção de distância e de espaço, pois possibilitam a rápida difusão da informação para todos os locais interligados, não importando a distância.


   O telefone foi introduzido no Brasil o século XIX. No início do século XX, o serviço de telefonia era restrito a poucas cidades. Em 1907, o Brasil possuía apenas 15 mil linhas telefônicas, quase 80% delas localizadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

    A introdução do rádio no Brasil, em 1922, mudou hábito, valores e interligou o território nacional e este ao mundo. Esse meio de comunicação se popularizou rapidamente, e famílias inteiras, nas décadas de 1930 a 1940, reuniam-se em volta dela para ouvir o noticiário, as novelas radiofônicas e os grandes cantores populares.

    Na década de 1950, a televisão uniu a imagem ao som e criou uma nova cultura na sociedade brasileira. Posteriormente, na década de 1960, com a comunicação via satélite, iniciam-se as transmissões de televisão em rede nacional.

3.3 A moderna telecomunicação

     A integração do território brasileiro ocorreu, num primeiro momento, de forma política, pela centralização do Estado e consolidação das fronteiras.

    Num segundo momento, deu-se a integração econômica, com a formação do mercado nacional pela substituição de importações e a integração rodoviária.

    O terceiro momento, ainda em andamento, é o da integração territorial pelos meios de comunicação tradicionais (televisão, rádio e telefone) e os modernos meios digitais de comunicação e transferência de dados (internet, telefonia celular, sistema bancário on-line e outros).

                 3.3.1     – A era on-line 

      O desenvolvimento da alta tecnologia ligada  à informática, à telefonia, às fibras ópticas, aos aparelhos a laser, entre muitos outros, é responsável pela comunicação em tempo real na internet, a rede mundial de computadores. As transmissões televisivas também são feitas em tempo real, via satélites, que permitem interligar os lugares mais distantes do mundo. 

    As inovações tecnológicas avançadas rapidamente, barateiam os preços dos produtos e popularizam o uso de parelhos de telefonia celular, microcomputadores, laptops, etc.

                 3.3.2     – As telecomunicações no Brasil

          A implantação do sistema de telecomunicações esteve durante muitas décadas sob a responsabilidade do Estado. Na década de 1990, passou por processos de privatização, ou seja, as empresas de propriedade do Estado foram vendidas para companhias privadas por meio de leilões.

           O acesso a internet teve crescimento acelerado nos últimos aos, mas ainda se encontra concentrado em algumas regiões. Na Região Norte, menos de 6% dos domicílios têm acesso à internet, enquanto no Sudeste 23% estão ligados à rede mundial de computadores.
Os estados que têm menor acesso à internet são Pará, Maranhão e Piauí, com menos de 5% dos domicílios.


3.4 Interiorização das telecomunicações

O desenvolvimento das telecomunicações e da transferência digital de dados permitiu mudanças significativas nas grandes empresas, garantindo o controle e o acompanhamento simultâneo de sistemas de produção em diferentes regiões do mundo.

As telecomunicações tornaram-se fundamentais para o funcionamento de indústrias, bancos, comércio, governos e mesmo das famílias. Para estas, aumenta a cada dia o número de serviços, e compras podem ser realizadas até pela internet.

As inovações e possibilidades dos novos meios de comunicação e transferência de dados tornaram as telecomunicações um grande centro de interesse de investimentos nacionais e internacionais.

     3.4.1     O avanço das telecomunicações

Acredita-se que a telefonia celular, nos próximos anos, se converterá em um dos mais importantes meios de comunicação. Hoje, o telefone celular tem várias funções e não é mais um simples aparelho de comunicação entre as pessoas. Seus portadores podem receber dados via Internet, e-mails, assistir aos programas preferidos de televisão e aos filmes que desejarem. Além disso, o celular pode funcionar como um computador de mão.


2 - Transporte


A urbanização requer a modernização das redes de transporte, que favorecem a circulação eficiente de pessoas e mercadorias, encurtando distâncias e se tornando importantes eixos da integração nacional.

2.1– A integração nacional

A plena ocupação do território brasileiro surgiu como necessidade não apenas econômica, mas também de segurança nacional. A vasta fronteira continental do país já havia sido motivo de disputas anteriores com países vizinhos, em virtude, principalmente, de sua escassa população. Assim, a expansão da infraestrutura e do povoamento visava também ampliar o controle do Estado sobre todo o território nacional.

2.1.1– Rodovias para a integração

A solução para a integração nacional foi encontrada na construção de uma extensa malha rodoviária, que deveria ligar os pontos mais distantes e isolados aos centros economicamente mais dinâmicos.

A opção pela ampliação rodoviária também estava ligada à implantação da indústria automobilística no Brasil, a partir da década de 1970.





        A idéia de construir uma nova capital para o Brasil no interior do país surgiu a muito tempo, desde do século XVIII, com a estratégia para proteger a capital da Colônia de possíveis invasões interiores, mas foi no governo de Juscelino Kubitschek, 1956 a 1960, que Brasília foi construída e planejada para viabilizar, com o deslocamento da administração federal para o “coração do Brasil”, a migração da população e das atividades econômicas das zonas costeiras para o interior. A construção de Brasília movimentou vários setores da indústria nacional e atraiu trabalhadores de todas as regiões. 

     De Brasília originaram-se algumas rodovias, unindo-a a vários pontos do país. Além disso, estabeleceram-se rotas aéreas interligando o Distrito Federal às principais cidades brasileiras. Assim, a nova capital transformou-se em ponto de conexão aérea e terrestre, integrando a Região Centro-Oeste e o restante do Brasil.

2.3 – Redes de transporte

      As dimensões continentais do país e algumas de suas condições naturais, como milhares de quilômetro de rios navegáveis, possibilitam o desenvolvimento de diversos meios de transporte: aquaviário, ferroviário, dutoviário, rodoviário e aéreo.
O transporte ferroviário é pouco utilizado no país. A malha ferroviária brasileira é antiga, e os investimentos em sua modernização e ampliação não têm sido suficientes para torná-la uma alternativa ao transporte rodoviário. Os maiores investimentos têm sido feitos para o transporte ferroviário de carga, principalmente ligando áreas de extração de minérios, como a áreas de Minas Gerais, a portos de exportação, como o porto de Tubarão, no Espírito Santo.

         2.3.1 – A importância do transporte fluvial

      Nos últimos anos o Brasil procurou desenvolver o transporte de cargas fluvial com a criação de hidrovias, o modal de custo menor. Além disso, a rede hidrográfica com rios navegáveis é muito extensa e permite integrar diversas regiões entre si e ao litoral e a grandes portos marítimos.

     A Região Norte do Brasil, por concentrar a rede hidrográfica com maior navegabilidade, é responsável por mais de 60% do transporte fluvial de cargas no Brasil. O transporte fluvial é o principal meio de comunicação entre a população local.

3.1 – Os terminais intermodais

    A modernização dos transportes é um fator essencial para o desenvolvimento econômico de um país, pois é pelos meios de transporte que circulam as mercadorias produzidas e comercializadas, bem como as matérias-primas. No mundo atual, é necessário que eles sejam cada vez mais eficientes e rápidos. Nos portos e aeroportos ocorre a interligação dos terminais ferroviários, rodoviários e dutos que trazem ou levam matérias-primas, bens e mercadorias. O tempo de espera para o transporte tende a ser cada vez menor, o que significa menor custo de estocagem e maior rapidez na circulação.
No Brasil, ainda há carência de terminais intermodais eficientes. Os custos de infraestrutura são elevados, e a modernização requer altíssimos investimentos.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

1 - Urbanização e migração


Cerca de 80% da população brasileira mora em cidades. O fenômeno da urbanização no Brasil é recente e se acelerou a partir da década de 1930 com o processo de industrialização.

1.1  O fenômeno urbano

    Para um agrupamento ser considerado cidade é necessário que se observem: população, densidade demográfica, infraestrutura e equipamentos urbanos.
      A cidade moderna, com múltiplas funções, surgiu com a industrialização. A expansão das fábricas atraiu a população rural para trabalhar nos centros urbanos, esse fenômeno de migração do campo para a cidade é conhecido como êxodo rural.

1.1.1– A importância das cidades.
    Muitas cidades grandes e médias têm ampliado sua importância tornando-se centros de decisão política, de moradia, trabalho e lazer para grande parte da população, de localização da produção industrial, de comércio e concentram a maior parte dos serviços.



      Vista aérea da cidade de Salvador (BA), 
2011, área bastante urbanizada.


1.2  Urbanização brasileira

      As primeiras cidades brasileiras surgiram no período colonial, a maioria o litoral. Eram cidades que dependiam em grande parte de Portugal para abastecer-se e desempenhar suas atividades.
     Essas cidades administravam a produção e o escoamento de produtos agrícolas e extrativistas pelos portos e exerciam o papel de centros de defesa militar do território colonial. Surgiram, assim, Salvador, na Bahia; Recife, em Pernambuco; Rio de Janeiro, na capitania do Rio de Janeiro; entre outras.

1.2.1     As cidades da mineração

  No início do século XVIII, com a descoberta de ouro nas Minas Gerais, surgiram no interior do país cidades ligadas à exploração de pedras e metais preciosos, cidades vizinhas passaram abastecer as Minas Gerais com alimentos, gado para transporte e um forte comércio de produtos importados.
  A atividade mineradora não durou muito tempo, o ouro logo se esgotou, e a população abandonou essas cidades, que entraram em decadência nas últimas décadas do século XVIII.

1.2.2     – O café e a urbanização

     Aos poucos as cidades foram adquirindo importância, as populações aumentaram e as atividades econômicas foram se desenvolvendo com as funções especificamente urbanas.
     Além da importância comercial e industrial, Rio de Janeiro concentrava as funções administrativas de capital da Colônia desde 1763, concentrava também o ensino e as atividades culturais da elite política e econômica do país.
     São Paulo crescia aceleradamente, Santos era o principal porto, por onde a maior parte das exportações de café era escoada, além de ser a porta de entrada dos imigrantes que iam para as fazendas de café ou que se dirigiam para a cidades.

1.3  O crescimento acelerado

       O processo de urbanização no Brasil deu-se de forma acelerada, as cidades cresceram sem planejamento. Como conseqüência, as cidades não conseguiram absorver todos os migrantes, que ficaram sem emprego. As periferias cresceram desordenadamente, com pouca infraestrutura urbana.
      Uma das principais conseqüências do crescimento rápido das cidades foi a proliferação de favelas e a ocupação de áreas de encostas.

1.3.1- Os grandes problemas urbanos

        Nas grandes cidades são comuns problemas como a falta de transporte público que atenda a todos de maneira eficiente e rápida, o lixo, os aterros sanitários são poucos, os esgotos domésticos e industriais são jogados sem tratamento em rios e córregos, pois o saneamento básico não atende a todos os moradores das cidades.
      A falta de infraestrutura urbana e o desemprego provocam o aumento das tensões sociais, da violência e do subemprego. Sem emprego fixo, muitos são obrigados a viver de trabalho temporários ou de “bico”, como ambulantes, vendedores de doces em semáforos, etc.

A urbanização brasileira



As primeiras cidades surgiram logo depois da chegada dos portugueses ao continente americano. No início da colonização, as cidades serviam de apoio à economia extrativista e rural. Com a mineração, no século XVIII, ocorreu forte urbanização na região das Minas Gerais. O processo de urbanização foi acelerado somente no século XX, mais especificamente a partir da década de 1930, com a industrialização concentrada no Sudeste.


O que vamos aprender:

terça-feira, 6 de setembro de 2011

4 - Concentração industrial e expansão da indústria.



Uma das características da indústria brasileira é ter grande parte do seu parque industrial concentrado na Região Sudeste. A partir dos anos 1990, entretanto, teve início uma tendência à descontração da indústria dessa região, havendo expansão para outras regiões do país.

4.1 Características da indústria brasileira.

Até os anos 1930, a economia brasileira não era integrada nacionalmente, sua economia estava ligada diretamente ao mercado externo, prejudicando a formação de um amplo mercado interno no país e estabelecer uma relação comercial mais intensa dentro do próprio país.

Foi somente nos anos de 1930 que o governo brasileiro estabeleceu o fim da cobrança de impostos sobre produtos que fossem transportados de um estado para o outro Isso favoreceu a ampliação do mercado interno. O estado de São Paulo, que já possuía uma forte industrialização, foi o maior beneficiado, pois pôde vender seus produtos fabris para todas as regiões, aumentando seu mercado consumidor.

4.1.1     A substituição das importações.

A principal característica da indústria brasileira no início foi a produção de bens de consumo, diferente da industrialização européia, que teve como ponto de partida os bens de produção.

A chamada política de substituição de importações teve várias fases, até se completar na década de 1970. A partir de então, o Brasil passou a produzir internamente a maior parte dos bens de produção de que precisava.

4.2 Localização da indústria: fatores locacionais.

Quando analisamos a localização das indústrias é importante lembrar que existe uma série de razões para a escolha do local em que vai ser instalada a unidade produtiva. Podemos destacar algumas:

4.2.1     – Proximidade das fontes de matéria-prima.

Toda indústria precisa garantir o recebimento das matérias-primas que irá utilizar em sua produção. Dessa forma é importante que esteja localizada em áreas onde o abastecimento seja mais fácil e economicamente mais atraente. As indústrias siderúrgicas, por exemplo, devem se localizar próximo à regiões mineradoras.

4.2.2     – Proximidade dos mercados consumidores.

Estar próximo aos mercados consumidores também é muito importante, para que os bens produzidos possam chegar rapidamente até eles. As indústrias de bens de consumo não duráveis, como as alimentícias, necessitam maiores proximidades com os mercados consumidores.

4.2.3     - Redes de transporte.

Uma eficiente rede de transporte é necessária para unir as indústrias aos mercados consumidores e às fontes de abastecimento de matérias-primas. Assim, rodovias, ferrovias, portos, hidrovias e aeroportos são fundamentais para a implantação de indústrias.

4.2.4     – Infraestrutura de serviço.

As indústrias também necessitam de apoio e serviços como bancos, comércio, escolas, universidades, cetros de pesquisa, entre outros.

4.2.5     – Proximidade da mão de obra.

Quando a indústria necessita de mão de obra especializada, é preciso que se localize nas proximidades dos cetros urbanos, onde há abundância dela, ou dos cetros de formação e especialização dos trabalhadores que atuarão nessas indústrias.

Outras vezes, as indústrias precisam de mão de obra barata e pouco qualificada, procuram instalar-se em centros urbanos periféricos e cidades médias com pouca tradição industrial.

4.3 Redistribuição espacial da indústria.

A concentração de indústria na Região Sudeste passou a ser uma preocupação nacional, a partir dos aos 19760, o Estado passou a criar condições para a expansão da industrialização em outras regiões do país. Entre as medidas tomadas destacaram-se a criação de uma rede de transporte que possibilitou a integração das demais regiões com os mercados consumidores do Sul e Sudeste e a atuação para o Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e a Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). 

4.3.1     – A descentralização da indústria.
      
        Uma série de motivos pode explicar a descentralização da indústria no período atual.

Redução de custos – Sair das áreas mais tradicionais e se instalar em regiões com menos indústrias pode trazer uma série de reduções de custos, pois a mão de obra é normalmente menos organizada e, portanto, mais barata. Além desse fator, o preço de terrenos, impostos locais e outros serviços proporcionam vantagens econômicas para as indústrias.

Transporte - As grandes cidades têm tido problemas com o transporte em sua área urbana devido ao trânsito muito intenso, que prejudica a entrega tanto das matérias-primas quanto das mercadorias prontas. Deslocar-se para lugares em que as condições de trânsito e a infraestrutura de transporte são melhores também representa redução de custos.

“Guerra-fiscal” – Alguns estados ou municípios acabam abrindo mão de impostos locais ou fazem doações de terrenos, prédios e alguns serviços para atrair indústrias que geram empregos.

4.4 Empresas brasileiras de atuação multinacional.

A industrialização brasileira foi uma das mais intensas do mundo no período entre 1930 e 1980. Grandes empresas, tanto estatais como privadas, passaram a atuar de forma marcante como exportadoras e, atualmente, como investidoras em mercados externos, ou seja, são empresas multinacionais com origem no Brasil.

Entre as empresas brasileiras que atuam mundialmente destacam-se as dos setores petrolífero, metal-mecânico, de mineração, alimentício e de construção civil. Essas empresas têm sido muito bem-sucedidas ao se instalar em outros países e obter, assim, vantagens de comercialização em seus mercados.

4.4.1     – O setor de construção civil.

Setor que merece destaque entre as empresas brasileiras, que desde a década de 1970 atua de forma marcante em outros países. O Brasil é reconhecido por sua tecnologia na construção de grandes obras, como estradas de ferro, portos e usinas hidrelétricas, isso proporcionou a atuação de muitas empresas do setor, principalmente em países da África e do oriente Médio.         


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

3 – Energia e indústria

     A produção de energia é um dos fatores fundamentais para a expansão industrial. No Brasil, a maior parte da energia é gerada em hidrelétricas. O petróleo é uma fonte de energia essencial para a nossa economia, mas também somos pioneiros na produção de etanol como combustível para automóveis.

   1.1 – Usinas hidrelétricas

            O Brasil possui imenso potencial para a geração de energia elétrica por meio de hidrelétricas. A existência de bacias hidrográficas com rios perenes em todo o território, com regimes de chuva diferentes, e o relevo de planaltos em grande parte do país favorecem a geração de energia hidrelétrica.

1.1.1    Importância da geração de energia para a industrialização

Sem fontes abundantes de energia não é possível obter aumento da produção industrial. Para investir em novas indústrias, os capitalistas têm de ter garantias as fontes de energia que possibilitarão sua produção. Se faltar energia ou se ela se tornar muito cara, a produção fica comprometida e eles terão grande prejuízo.

Dessa forma, quando se fala na geração de energia abundante e barata, estamos falando em uma necessidade fundamental das indústrias. E, nesse aspecto, o Brasil está em vantagem por ter enorme potencial de gerar energia por meio das hidrelétricas. 

1.1.2     – características do setor hidrelétrico brasileiro: modelo integrado

            Inicialmente eram as empresas privadas que atuavam no setor de geração e distribuição de energia. Desde a década de 1960 o Estado tem sido responsável pelo gerenciamento dessas usinas. Atualmente o país necessita ampliar a sua rede de usinas hidrelétricas.

1.1.3     – Modelo integrado

            Uma característica importante da produção e distribuição de energia elétrica no Brasil é o seu modelo integrado, ou seja, as usinas estão interligadas entre si, o que permite melhor aproveitamento do potencial hidrelétrico distribuído pelo território nacional.

            Independentemente da porção do território brasileiro em que estivermos, poderemos utilizar energia produzida em todo o país.

3.2 – Utilização dos combustíveis fósseis

            Além das usinas hidrelétricas, entram no sistema integrado de geração de energia as usinas termelétricas, movidas a carvão mineral, gás natural e óleo diesel (petróleo). Porém, a geração de energia por termelétricas é mais cara que gerada pelas hidrelétricas e polui bastante a atmosfera.

            Após 2001, ano em que houve grave problema na geração de energia no Brasil, foram criadas mais usinas termelétricas, que utilizam, em grande parte, o gás natural importado da Bolívia. Isso foi possível devido à construção de um gasoduto que liga as áreas produtoras da Bolívia às principais regiões industriais do Brasil.

            Nas grandes cidades, o gás natural também é utilizado como combustível para veículos. Por ser menos poluente e mais barato que os combustíveis tradicionais, parte da frota de veículos comerciais (táxi, caminhões para entrega, etc.) passou a utilizar esse combustível, que também conta com incentivos fiscais para sua aquisição.

            3. 2.1 – Maiores investimentos na produção nacional de petróleo

            Nos anos de 1970, a Petrobras passou a investir mais em prospecção de petróleo. O objetivo era diminuir a dependência externa. Naquela época, o Brasil importava cerca de 80% do petróleo que consumia. Para tanto, prospecção de petróleo no mar, próximo à costa, em locais de difícil extração. O resultado foi bastante positivo, pois foram encontradas grandes reservas de petróleo no litoral de São Paulo (Bacia de Santos) e do Rio de Janeiro (Bacia de Campos). Em 2006, a Petrobrás já produzia todo petróleo necessário para o consumo brasileiro trazendo assim a autossuficiência na produção petrolífera.

1.1 Outras fontes de energia

A criação de fontes alternativas para a produção de energia no Brasil se deu principalmente nos anos 1970, devido à crise do petróleo. O preço internacional do petróleo aumentou muito em 1973, provocando a necessidade de se encontrar alternativas ao seu consumo e fornecimento. Podemos destacar três grandes políticas para a substituição da importação de petróleo que se tornaram alternativas energéticas para o Brasil: maiores investimentos na produção nacional de petróleo, através da Petrobrás; a criação do Programa Nuclear Brasileiro; e a criação do Programa Nacional do Álcool (Proácool).

Além disso, têm sido cada vez maiores os investimentos em energia limpa, como a energia eólica e solar.

1.1.1     – O Programa Nuclear Brasileiro

Também como alternativa de geração de energia, a construção de usinas termonucleares seria uma forma de dominar a tecnologia nuclear e gerar energia elétrica no país. O programa foi muito criticado devido a riscos de acidentes. Das oito duas encontram-se em funcionamento: Angra 1 e Angra 2, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

1.1.2     – O Proálcool

O Programa Nacional do Álcool contou com grande  incentivo do Estado tanto para pesquisas e desenvolvimento como para sua implantação. O Estado disponibilizou empréstimos a juros baixos e ofereceu garantia de preços aos produtores, entre outros incentivos.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

2 - Indústria e atividade econômica

O Brasil, apesar de ainda depender tecnologicamente de países mais desenvolvidos, possui indústria ampla e diversificada, e para conhecer melhor esse importante segmento de nossa economia é necessário estudar os diversos setores industriais do país.

   1.1 – O extrativismo mineral

       Chamamos de extrativismo mineral toda atividade ligada à retira do subsolo de
substâncias minerais que serão utilizadas como matéria-prima pela indústria de transformação. A atividade extrativista pode ser feita de forma artesanal (por garimpeiros de ouro) ou por forma industrial, através da indústria extrativa, com utilização de tecnologia e equipamentos pesados na extração de minério de ferro, bauxita, níquel, etc. 

1.1.1     – potencialidades do subsolo brasileiro

O Brasil possui imensas riquezas em seu subsolo, o que lhe confere grande potencial para a indústria extrativista. Podemos destacar a extração de minerais metálicos (ferro, ouro, níquel, e manganês) e de minerais não-metálicos (calcário e fosfato).

            As principais áreas extrativistas de minérios são: o Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, a Serra dos Carajás, no Pará, e a região de Brusque-Itajaí, em Santa Catarina. Podemos destacar as empresas: a Vale, antiga Companhia Vale do Rio Doce (com 40,24% de participação no mercado em 2008), e a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) (com 13,68%).


O tamanho do território e as características do subsolo brasileiro contribuem para a existência dessa enorme concentração mineral e grande quantidade de províncias minerais. O país se destaca na produção de ferro, alumínio, cobre manganês, ouro e níquel. 

A disponibilidade dos recursos minerais foi fator favorável à industrialização brasileira.

1.2.1     – Importância do setor siderúrgico

Um dos aspectos mais importantes da industrialização é a possibilidade de produzir ligas metálicas, que serão utilizadas na fabricação de outros produtos de consumo, portanto é necessário ter empresas siderúrgicas capazes de produzir matéria-prima que será consumida por outras indústrias.


Algumas empresas siderúrgicas, no início da industrialização brasileira, eram de capital estrangeiro e atuavam no país para beneficiar das grandes riquezas minerais que aqui se encontravam. Somente em 1946, com o início das atividades da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), o Brasil passou a contar com uma siderurgia moderna e totalmente nacional. Esse fato proporcionou um grande impulso para a industrialização, pois o aço é matéria prima fundamental para outras indústrias.

1.3.1     – Quadro atual

Em 2008, o parque industrial siderúrgico do Brasil era composto por 25 usinas, administradas por oito grupos empresariais. Os fatores locacionais, como a proximidade dos portos e a existência de uma rede de ferrovias, fazem do setor siderúrgico um dos mais competitivos internacionalmente, ou seja, o aço produzido no Brasil é mais barato que o produzido em outros países, o que favorece as exportações brasileiras.

    1.4 – A indústria de bens de consumo

    Chamamos de bens de consumo todos aqueles que são destinados a satisfazer diretamente as necessidades humanas, como alimentos, roupas, utensílios domésticos, entre outros.

            2.3.1 – Indústria de bens de consumo duráveis e não duráveis

            Duráveis são os que duram vários anos (carros, eletrodomésticos, etc.), neste setor destacam-se as indústrias automobilísticas, e os não duráveis são os que precisam ser substituídos num tempo menor (alimentos, roupas, produtos de higiene pessoal, etc.), podemos destacar neste setor produtos do setor agroalimentar, têxtil, de calçados, de bebidas, fumo, entre outros.

    1.5 – Bens de capital

Os bens de capital são aqueles que não são consumidos diretamente pelas pessoas, mas auxiliam na fabricação de outros bens, como máquinas, equipamentos, entre outros. Eles são produzidos pelas indústrias de eletrodomésticos (fogões, geladeiras, micro-ondas) e as de eletroeletrônicos (aparelho de som, computadores, televisores, etc.).

1.5.1     – A indústria de base

      Os bens de produção ou bens de capital são aqueles que não são consumidos diretamente pelas pessoas, mas utilizados por outras indústrias na produção de bens de consumo, como por exemplo as matérias-primas necessárias para a indústria, como produtos químicos e petroquímicos, materiais de construção, barras e chapas de aço, entre outros.

        Além desses, são bens de capital as máquinas, ferramentas e equipamentos industriais e todos esses produtos são elaborados pela indústria de base, pois fornecem matérias-primas, máquinas e equipamentos a outras indústrias, formando a base necessária para todo o processo de produção industrial de um país.

     1.6 – A indústria de ponta

A partir da década de 1970, ocorreram grandes transformações na indústria. Entre essas transformações figuram a industrialização de novas tecnologias, reorganização da produção e a utilização de técnicas poupadas de mão de obra, como o uso de robôs.

Nesse período houve um avanço muito grande nos setores de telecomunicações, robótica e informática, melhorando grande parte dos processos produtivos industriais. Esse período ficou conhecido como Terceira Revolução Industrial ou período técnico-científico informacional.

1.6.1     – Importância da inovação tecnológica

Por ser um dos principais fatores que caracterizam a industrialização atual, as indústrias de ponta são aquelas que possuem alto grau de capacidade de inovação tecnológica, ou seja, são capazes de criar novos procedimentos ou novas máquinas e equipamentos que possibilitem maior produção com  menor emprego de mão de obra ou matéria-prima.

A criação de novos produtos, equipamentos, processos de produção è algo de grande importância para a industrialização do país, por isso há grande incentivo por parte dos Estados nacionais para que haja desenvolvimento tecnológico autônomo ou em cooperação com outros setores mais dinâmicos.

1.6.2     – principais setores de ponta no Brasil

            O Brasil é um país que possui baixo desenvolvimento tecnológico na maioria dos setores onde atua, tendo de importar grande parte da tecnologia de ponta utilizada em suas indústrias, possuindo assim uma alta dependência tecnológica em relação aos países desenvolvidos.

            Mesmo assim a produção tecnológica brasileira tem sido incentivada com o desenvolvimento de tecnologia nacional nos setores de combustíveis (biodiesel, álcool), agricultura (produção de sementes, desenvolvimento de novas espécies), telecomunicações, aviação e extração de petróleo, entre outros.

            As universidades também são importantes setores de desenvolvimento tecnológico do país.